Abriu há já muitos meses, senão anos, e com a maior indiferença por parte do meio artístico, um novo tipo de galeria ao ar livre.
Situa-se no “adro” da Igreja Nova.
Como isto é arte, o significado fica assim entregue à livre interpretação do visitante.
Há quem possa ver nestas formas o símbolo da crucifixão de Jesus Cristo redentor (se é que me perdoam a redundância), ou seja, o sofrimento exacerbado da condição humana que vive no pecado eterno.
Há quem veja, por detrás desta nudez fria e provocante, a tortura e o martírio da alma pesarosa que não consegue libertar-se do mundo físico, da mera matéria.
Ou poderá ainda traduzir a aridez duma vida cristã pós-moderna: extinção dum modo de viver obsoleto.
Outros, no entanto, poderão ver nos rebentos promissores –rebeldia da própria natureza– o sinal do ressuscitar de Jesus Cristo, demonstração etérea da possibilidade de absolvição dos nossos pecados originais, tal um milagre não previsto.
Cada vez que passo diante desta galeria, tento pôr a minha imaginação em efervescência.
[«Pensa, digo eu. Mas pensa! O que é que isto representa?»]
Porque a arte precisa de este formidável instrumento que é a imaginação.
Contudo, neste caso preciso, não resulta comigo.
A arte da “Senhora Arquitecta” –tenho o prazer de não conhecer o seu nome– que perpetua os seus crimes em completa impunidade nas ditas Aldeias do Xisto do Fundão, continua um mistério para mim. Eu só consigo ver aqui oliveiras agonizantes ou mesmo assassinadas, bem diferentes dos pinheiros mansos ou choupos que alegraram o local outrora, para não falar já do olival genuíno que ali existia mas que eu nunca conheci.
Por isso, caro leitor, não deixes de visitar… e apreciar com moderação.
ou não.
E até breve para outra crónica do
3 comentários:
Se não estão satisfeitos com o que está a acontecer na vossa terra, têm de se manifestar para além deste blog. Já pensaram em escrever á camara municiapal ou ao jornal do fundão a expor o vosso descontentamento? Se não agirem agora, pode ser tarde, porque vão continuar a fazer o que querem de Janeiro de Cima.
todas as opiniões pode se fazer ouvir sò basta deixar aqui o seu comentàrio.
Realmente, acho muito interresante o trabalho de "refrescamento" que foi realizado em ambos os adros da igreja, mas continuo sem perceber porque é que aquelas oliveiras secas ali continuam. As oliveiras ficavam muito giras mas assim não! O ideal seria meterem-se por lá umas árvores de crescimento rápido e que ao mesmo tempo proporcionassem uma sombra porreira, tipo as tílias do parque fluvial (que estão muito giras).
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